O grupo de trabalho da Câmara Técnica de Apicultura e Meliponicultura do Estado do Espírito Santo aprovou, na última segunda-feira (28), o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel de Abelha sem Ferrão. O documento, coordenado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), com apoio técnico do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), é mais um passo para a regulamentação estadual para criação das abelhas nativas sem ferrão, que até o momento não podem ser criadas para fins comerciais.
A reunião realizada na sede do Idaf teve a participação de representantes do órgão, da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e da Associação de Meliponicultores do Espírito Santo (Amees). O regulamento será revisado pela Assessoria Jurídica do Idaf e deve ser publicado até fevereiro.
O regulamento
O regulamento visa à padronização do mel das espécies de abelhas sem ferrão capixabas para comercialização, definindo os critérios microbiológicos e as características físico-químicas e sensoriais, além de fixar os métodos de processamento do produto.
De acordo com a médica-veterinária do Idaf, Talita Maria Pimenta de Paoli, a regulamentação é essencial para fixar diretrizes orientativas para os produtores quanto ao que deve apresentar o mel, visando garantir a qualidade da produção do estado nesse segmento. “O mel produzido por essas abelhas apresenta diferença de composição físico-química quando comparado ao mel das abelhas Apis melífera (com ferrão). Por isso, é importante que haja uma regulamentação técnica para o beneficiamento e controle de qualidade da produção do mel da subfamília Meliponinae”, explicou Talita de Paoli.
A próxima reunião está prevista para fevereiro, quando serão definidas as ações para 2019. O Plano de Ação Estadual (PAE) para a Conservação de Melipona Capixaba é desenvolvido em conjunto com o Iema, alinhado à estratégia nacional de conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMbio) e do Ministério do Meio Ambiente.
Meliponicultura
A meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão (meliponíneos) para produção e comercialização de colmeias (ou parte delas), mel, pólen, resinas, própolis e outros substratos e à conservação da biodiversidade com a proteção das espécies contra a extinção.
Segundo a Associação de Meliponicultores do Espírito Santo (Amees), estima-se que em torno de 600 meliponicultores atuem hoje no Estado. De acordo com o coordenador do grupo de trabalho da meliponicultura na câmara técnica, Robson Barbosa Simões, representante da Amees, a atividade tem potencial para geração de emprego e renda, fixação do homem no campo, valorização da biodiversidade e incremento nas economias locais e regionais. “Além disso, tem efeito sobre a estabilidade dos ecossistemas e a sustentabilidade da agricultura, sendo as abelhas, em geral, responsáveis pela polinização de 70% das culturas agrícolas e 85% de toda flora existente na natureza”, disse.
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