Projeto substitui o uso de camundongos por PCR em tempo real para diagnóstico do vírus.
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), está participando do Simpósio de 120 anos do Instituto Pasteur, que teve início na terça-feira (21) e termina nesta sexta-feira (24), em São Paulo. O trabalho desenvolvido pelo laboratório do Idaf para diagnóstico do vírus da raiva foi destaque no evento com a apresentação de trabalho científico nos idiomas português e inglês para pesquisadores de diversos países.
O médico-veterinário do Idaf e doutor em ciência animal, Luíz Fernando Vieira, apresentou o projeto de pesquisa desenvolvido recentemente no instituto, com o objetivo de avaliar a possibilidade de substituir o uso de camundongos no diagnóstico pelo exame de PCR em tempo real.
“O diagnóstico laboratorial da raiva é muito importante para a tomada de decisão dos procedimentos de profilaxia pós exposição e para planejar ações de vigilância epidemiológica e combate ao vírus. Há muitas décadas o diagnóstico tem se baseado em duas técnicas: Imunofluorescência direta e inoculação de camundongos. A PCR em tempo real é a mesma técnica utilizada no diagnóstico da COVID-19. Essa técnica detecta o RNA do vírus presente na amostra e o resultado da análise sai em um dia, diferente da inoculação do camundongo que leva trinta dias”, explicou.
De acordo com o gerente de Diagnóstico Laboratorial do Idaf, Thiago Farias, além do tempo ágil para o resultado das análises, o projeto apresenta outros pontos positivos, como a diminuição no custo de insumos e do espaço de trabalho, não havendo mais a necessidade de manter um local para criação de camundongos; o bem-estar animal e aumento na produtividade.
“O diagnóstico por PCR se mostrou mais sensível, detectando mais casos de raiva. Um dos fatores importantes é o bem-estar animal, já que não será mais necessário o uso de camundongos para o exame de diagnóstico. Ganha a sociedade capixaba com a agilidade na execução dos serviços e com o aumento da vigilância do vírus da raiva, que pode afetar seres humanos e animais”, disse.
Farias destacou também que o projeto desenvolvido colocou o Idaf na vanguarda do diagnóstico da raiva no Brasil, uma vez que a maioria dos laboratórios ainda utiliza a inoculação em camundongos para a detecção da raiva.
Investimentos do Governo do Estado
Por meio do Banco de Projetos de Pesquisa da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), com o beneficiamento de R$ 310.347,73, foi possível para o Idaf desenvolver a pesquisa, implementar o PCR em tempo real na rotina diagnóstica, e por fim eliminar completamente o uso de animais de laboratório.
O diretor-presidente do Idaf, Leonardo Monteiro, ressalta que os laboratórios de análises do Idaf também fazem parte do grupo de projetos prioritários do Governo do Estado. “O Idaf recebeu por volta de R$ 3 milhões em investimentos nos últimos anos para implantar melhorias na infraestrutura física e tecnológica dos laboratórios, com isso, aumentamos a capacidade de realizar análises de amostras, a otimização dos serviços e a qualidade dos resultados”, disse.
Texto: Rafaely Lyra
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