Começou nesta segunda-feira (08) e prossegue até terça (09), em Colatina, a capacitação do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) na área de defesa sanitária e inspeção animal.

O treinamento, voltado para médicos veterinários e auxiliares técnicos do Instituto, abordará o controle de morcegos hematófagos para prevenção da raiva, o diagnóstico de encefalopatias como a “vaca louca” e a mitigação de riscos relativos a essas doenças.

A capacitação também acontecerá em Cachoeiro de Itapemirim, nos dias 24 e 25 de agosto, e em Cariacica, nos dias 29 e 30, contemplando aproximadamente 45 profissionais de todo o Estado. O conteúdo será ministrado por médicos veterinários do Idaf e um da Superintendência Federal de Agricultura no Espírito Santo (SFA-ES).

Defesa sanitária

Segundo o médico veterinário do Idaf Luiz Carlos Barbosa Tavares, que coordena o Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros no Espírito Santo, a iniciativa é fundamental para que haja uma reciclagem de informações. “O alinhamento de orientações e procedimentos é de grande relevância para que os serviços sejam executados da melhor forma de norte a sul do Estado”, disse Luiz Tavares.

Raiva animal

O Idaf desenvolve um trabalho de controle populacional dos morcegos hematófagos, que são os principais transmissores da raiva. A atividade é feita com a instalação de redes em lugares como grutas, cavernas e currais. Após a captura, com equipamentos apropriados para a atividade, é aplicada no dorso dos hematófagos uma pasta com efeito hemorrágico, chamada vampiricida. Como os morcegos têm o hábito de lamberem-se mutuamente, um animal tratado com a pasta provoca a morte de aproximadamente 20 outros membros da colônia, realizando o controle populacional e minimizando o risco de disseminação da doença, sobretudo nos rebanhos.

Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis

Os participantes também conhecerão um pouco mais sobre encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), com foco na bovina (EEB), conhecida como “vaca louca”.  Eles receberão orientações sobre como proceder na coleta de material e na realização de diagnóstico.

Também é importante que sejam alinhados procedimentos para remoção de materiais específicos de risco dos matadouros-frigoríficos, como olho, cérebro, medula espinhal, entre outros. “Esses materiais devem ser removidos, embalados, identificados e destruídos, dentro de um processo de trabalho que funciona como mais uma forma de garantir a segurança dos produtos oriundos dos abatedouros em relação às EETs", explicou o médico veterinário.

A EEB atinge o sistema nervoso dos ruminantes, como bovinos e búfalos, além de caprinos e ovinos (a doença que acomete esses dois últimos é chamada "scrapie"), provocando nos animais, dentre outros sintomas, alterações de comportamento e locomoção.

Educação sanitária

A chefe da Assessoria de Educação Sanitária e Ambiental do Idaf, Eliany d'Ávila, complementará o treinamento, apresentando as ações educativas realizadas pelos servidores nestes temas. Também serão discutidas propostas de projetos para os próximos anos, que serão desenvolvidos junto aos produtores e às lideranças dos municípios.

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