24/04/2015 13h11 - Atualizado em 05/07/2016 18h57

Idaf confirma focos de mormo no Estado e orienta sobre prevenção

24 de abril de 2015

O Espírito Santo possui, atualmente, três focos de mormo, uma doença infectocontagiosa provocada por bactérias, que acomete cavalos, burros e mulas. A doença pode ser transmitida a outros animais e, raramente, ao homem. Nesta sexta-feira (24), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) comunicou a ocorrência de um foco confirmado de mormo no Centro de Criação de Equídeos Dr. Pedro Fontes, em Cariacica, local que abriga parte do plantel da Polícia Militar. Os outros dois focos de mormo estão localizados em propriedades particulares situadas em Viana e em Guarapari.
Os focos da doença já estão na fase de saneamento, que consiste na realização de exames clínicos e laboratoriais dos animais dessas propriedades. Todas essas propriedades permanecem interditadas. O foco só é considerado encerrado após dois resultados negativos consecutivos para mormo, com intervalos de 45 a 90 dias entre exames realizados em todos os animais das propriedades.
O Idaf está enviando orientações que reforçam os métodos de prevenção e controle da doença para os escritórios do órgão localizados em todo o Estado. No Brasil, dezoito Estados possuem foco de mormo e a incidência da doença é de notificação obrigatória junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que recomenda nesses casos o sacrifício dos animais. O procedimento foi adotado em consonância com a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Histórico do último foco

No último dia 31, o Idaf foi notificado sobre a ocorrência de dois possíveis casos da doença em cavalos do Regimento de Polícia Montada, no município da Serra. Esses animais não apresentaram sintomas e a suspeita foi detectada graças à realização de um teste obrigatório que é feito toda vez que os animais precisam ser transportados dentro ou fora do Estado. Esse teste é realizado por laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Desde então, foi levantado o histórico de movimentação dos animais do Regimento nos últimos 180 dias e optou-se por realizar a interdição preventiva na propriedade. Além disso, foi feita uma investigação epidemiológica na outra propriedade da PM, o Centro de Criação de Equídeos Dr. Pedro Fontes, em Cariacica, onde existem cavalos que tiveram contato com os animais do Regimento na Serra.
“Após a notificação dos casos suspeitos, o Serviço Veterinário Oficial realizou a coleta de amostras de todos os cavalos existentes nas duas propriedades da PM. Os resultados que chegaram até agora confirmaram a contaminação de 11 dos 50 animais localizados no Centro de Criação de Equinos Dr. Pedro Fontes, em Cariacica”, informou o médico veterinário e chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, Fabiano Fiúza.
O chefe do Departamento explica que a expectativa é que na próxima segunda-feira (26) o órgão receba os resultados referentes aos outros 65 animais que ficam no Regimento de Polícia Montada, na Serra. “Os exames são realizados por um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura, em Pernambuco. Havendo novos casos positivos os animais contaminados serão sacrificados”, afirmou.
Vale lembrar que o primeiro foco de mormo registrado no Espírito Santo ocorreu em maio de 2013. Desde então, já foram registrados 14 focos da doença no Estado, sendo 12 em propriedades particulares. De acordo com o Ministério da Agricultura atualmente existem focos de mormo em 18 Estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

O que é mormo?

Mormo é uma zoonose causada pela bactéria da espécie Burkholderia mallei, gram-negativa, imóvel, não encapsulada, bacilo não formador de esporos. É uma grave enfermidade infectocontagiosa que acomete especialmente os equídeos (cavalos, burros e mulas), ocasionalmente felinos e cães e que pode ser transmitida ao homem. Em equídeos, a letalidade é de cerca de 95%.
Nos equídeos, a doença é transmitida pela ingestão de alimentos ou água contaminados, por meio de descargas das vias respiratórias ou lesões cutâneas ulceradas a partir de contato com animais portadores. Manifesta-se com febre, tosse e corrimento nasal. Inicialmente apresenta lesões nodulares que evoluem para úlceras, e após a cicatrização formam lesões em forma de estrela.
Não há tratamento eficaz para os animais nem vacina contra o mormo. Os animais com a doença confirmada são sacrificados.



Prevenção e Controle

Como forma de garantir a prevenção e o controle da doença, o Idaf publicou uma portaria com medidas de defesa sanitária animal que tornou obrigatória a apresentação de exame e de atestado veterinário de ausência de sinais clínicos de mormo para o transporte dos animais dentro ou fora do Estado.
Além disso, a fim de evitar a disseminação da doença, o Idaf recomenda a adoção de ações de vigilância epidemiológica e que todos os médicos veterinários e profissionais da saúde mantenham-se alertas, no sentido de detectar precocemente animais doentes ou casos humanos suspeitos de mormo.

Confira:

A prevenção da doença em seres humanos baseia-se no manejo do ambiente e controle animal que envolve:
• Sacrifício dos animais positivos para a doença e interdição da propriedade que será considerada foco;
• Controle rigoroso do trânsito de equídeos, que deve obrigatoriamente ser feito acompanhado de exame de fixação de complemento (FC) negativo, dentro da validade.
• Aquisição de animais de áreas livres ou com diagnóstico laboratorial negativo;
• Realizar quarentena de animais recém-introduzidos em uma propriedade;
• Desinterdição da propriedade foco somente pelo serviço veterinário oficial após a eutanásia dos animais positivos e a obtenção de dois exames negativos sucessivos de todo plantel;
• Limpeza e desinfecção de instalações, veículos, equipamentos, utensílios e arreios com hipoclorito de sódio a 500 ppm ou desinfetantes a base de iodo ou etanol a 70%;
• Baias e cochos coletivos devem ser evitados;
• Médicos veterinários, magarefes, tratadores de animais, laboratoristas e pessoas que tem contato com animais suspeitos ou com equipamentos contaminados devem usar equipamentos de proteção individual (EPIs) tais como, luva, mascara, óculos e avental.



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