02 de junho de 2016



Os médicos veterinários do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Luiz Fernando Pereira Vieira e Karina Miranda Marinho, do Departamento de Diagnóstico Laboratorial, participaram nesta quinta-feira (02) da XIII Semana Nacional de Educação Continuada em Medicina Veterinária (Socomv) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus Alegre.

Na ocasião, estudantes e profissionais da área tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre “Biologia e controle de morcegos”. O tema foi apresentado por Luiz Fernando, doutor em Ciência Animal. “Mostramos as principais características dos morcegos, como aspectos anatômicos, ecolocalização, hábitos alimentares, comportamento social e reprodutivo e principais famílias encontradas no Brasil. A ideia é enfatizar a importância das diferentes espécies de morcegos para o equilíbrio ecológico, mas também os possíveis prejuízos causados por estes animais, principalmente no que se refere à transmissão da raiva. Também foram abordadas as técnicas de controle e manejo de populações de morcegos, com enfoque nos morcegos hematófagos em áreas rurais, e destacado o trabalho das equipes de controle de morcegos do Idaf”, explicou Luiz Fernando.

A médica veterinária Karina Marinho falou sobre “Raiva: a doença e os métodos de diagnóstico”. Segundo a especialista, o objetivo foi explicar um pouco mais sobre as características estruturais e biológicas do vírus da raiva, descrevendo a situação epidemiológica da doença no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. “Também falamos sobre os impactos na pecuária e na saúde pública e apresentamos os principais tipos de diagnósticos realizados para a detecção do vírus, com ênfase nos métodos oficiais (imunofluorescência direta e prova biológica), que são realizados no Laboratório de Diagnóstico da Raiva do Idaf”, comentou Karina, que é especialista em Saúde Coletiva na área de epidemiologia de doenças transmissíveis.



Trabalho do Idaf

O Idaf acompanha os casos de animais com suspeita de raiva, realizando o exame para confirmação da doença. O Instituto conta com o único laboratório do Espírito Santo que realiza diagnóstico da raiva. Os exames são gratuitos e atendem a todos os municípios capixabas. Em 2016, já foram realizados 273 exames, sendo 12 positivos (10 em animais de produção e dois em morcegos). A maior parte das ocorrências foi registrada nos municípios de Afonso Cláudio, Mimoso do Sul e Vila Valério. Os exames permitem que o Idaf identifique os locais de maior incidência da doença e sua intensidade para que, assim, tenha condições de direcionar as ações de vigilância.

Karina lembra que a incidência da raiva é cíclica. “Observamos ao longo dos anos que alguns locais registram aumento dos casos e posteriormente têm uma queda. Vários fatores podem contribuir para isso. O principal deles é o maior cuidado adotado pelos produtores quando a doença acomete seu rebanho, por exemplo. Com isso, a vacinação é feita em todos os animais da propriedade, garantindo a imunização. Como a incidência da doença diminui, o produtor acaba não repetindo a vacinação, que deve ser anual, e muitas vezes o rebanho volta a ser acometido pela raiva”, explicou.

Controle de morcegos

Outra ação do Idaf é o controle populacional dos morcegos hematófagos. Esse trabalho é feito com a instalação de redes em lugares como grutas, cavernas e currais. Em 2015, a equipe de captura do Idaf vistoriou 310 abrigos de morcego no Estado e fez outras 57 ações em currais.

Após a captura, com equipamentos apropriados para a atividade, é aplicada no dorso dos hematófagos uma pasta com efeito hemorrágico, chamada vampiricida. Como os morcegos têm o hábito de lamberem-se mutuamente, um animal tratado com a pasta provoca a morte de, aproximadamente, 20 outros membros da colônia, realizando o controle populacional e minimizando o risco de disseminação da doença.


Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Idaf
Francine Castro
Tels: (27) 3636-3774/ 9 9946-7504
comunicacao@idaf.es.gov.br
www.idaf.es.gov.br