04/06/2014 08h18 - Atualizado em 05/07/2016 18h54

Mato Grosso abre investigação para dez novos casos de mormo em equinos

04 de junho de 2014

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) aguarda o resultado de exames para confirmação de mormo - uma grave enfermidade infectocontagiosa - em outros dez equinos em cinco municípios do Estado: Poconé (1), Nossa Senhora do Livramento (1), Castanheira (6), Dom Aquino (1) e Sinop (1).

Os testes serão feitos no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) em Recife (PE), o mesmo que, nesta semana, ratificou o resultado positivo feito anteriormente em um laboratório de São Paulo, credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para mormo em uma égua criada em propriedade de Nova Lacerda. O animal deverá ser sacrificado e os demais submetidos a novos exames.

De acordo com o Indea, enquanto a investigação ocorre, todas as propriedades foram interditadas e os animais isolados até que os resultados sejam conhecidos. "Havia um silêncio epidemiológico e antes não era obrigatória a realização do exame. Apenas para aqueles animais que iam para fora do Estado. É natural que o número de casos comece a aumentar", avalia a médica veterinária Daniella Soares, coordenadora de Controle de Doenças Animais do Indea.

Desde a primeira confirmação - via laboratório de São Paulo - para a doença, o órgão de defesa sanitária instituiu uma série de medidas, com aplicação de restrição e interdição do trânsito de equídeos. Em portaria publicada no último dia 08 no Diário Oficial do Estado, o Indea condicionou a realização de eventos agropecuários onde ocorram aglomeração de equídeos à apresentação de atestado negativo para a enfermidade, além da Guia de Trânsito Animal (GTA).

O trânsito de animais para fora do Estado será permitido apenas mediante apresentação de diagnóstico comprovando a não existência da doença.

Por que mais de um exame?

A realização de mais de um exame ocorre quando o teste que identifica a doença, chamado de "fixação de complemento", como o feito em São Paulo, apresenta resultado positivo ou inconclusivo. Ele é um dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e detecta os anticorpos contra a doença no soro do animal. Mas, em muitos casos, a precisão do primeiro teste é questionada.

A combinação exame laboratorial mais os sintomas clássicos da doença no animal é suficiente comprovar o mormo. Mas apenas o teste de fixação positivo, sem a ocorrência de febre alta, tosse e secreção nasal, nódulos no nariz e pulmões ou mesmo feridas nos membros, exige um novo exame conclusivo.

No caso de Recife, as amostras são avaliadas pela técnica conhecida como Western blotting (WB).

O mormo

A doença constitui uma grave enfermidade infectocontagiosa que atinge cavalos, burros e mulas. Tem como sintomas a febre alta, tosse e secreção nasal, nódulos no nariz e pulmões ou mesmo feridas nos membros.

É causada pela bactéria Burkholderia mallei e pode ser transmitida ao homem e, em 95% das ocorrências, pode ser fatal. O contato direto com o animal contaminado ou outros materiais podem facilitar o contágio.


Fonte: G1/MT
Em: 30/05/2014
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