Ocorrência de Cria Pútrida Europeia no Espírito Santo

Comunicado

Ocorrência de Cria Pútrida Europeia no Espírito Santo

Em outubro de 2019 foi confirmado o primeiro caso de Cria Pútrida Européia no Espírito Santo.  A doença, causada pela bactéria Melissococcus plutonius, acometeu abelhas melíponas, que não possuem ferrão. Os sintomas apareceram em seis espécies diferentes de meliponíneos. 

A notificação da suspeita foi feita após um meliponicultor de Santa Teresa ter enviado o material de meliponários de Santa Teresa e Aracruz para o – Laboratório Especializado de Sanidade Apícola (LASA), pertencente ao Centro de Pesquisa de Sanidade Animal do Instituto Biológico, aos cuidados da Drª Érica Weinstein Teixeira. A bactéria foi identificada em seis das sete amostras de colônias enviadas.

A Cria Pútrida Europeia (CPE), também conhecida como loque europeia, é uma doença de notificação obrigatória que pode acometer várias espécies de abelhas, sendo no Brasil sua ocorrência mais comum em Apis. É a primeira ocorrência da doença em meliponíneos registrada no país. As larvas das abelhas são infectadas quando comem alimento contaminado.

 

Sinais e sintomas da cria pútrida europeia (CPE):

Em Apis (abelha com ferrão) e meliponíneos (abelha sem ferrão), alguns sinais observados são favos de cria com muitas falhas e opérculos perfurados. Em Apis, a morte ocorre geralmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados. As larvas doentes ficam em posições anormais, podendo ficar contorcidas, nas paredes dos alvéolos. Pode ocorrer mudança de cor das larvas, que passam de branco pérola para amarelo até marrom. Pode apresentar cheiro pútrido ou não. Quando as larvas morrem depois da operculação, aparecem opérculos escurecidos, afundados e perfurados.

Em meliponíneos a larva morre no interior da célula/alvéolo, logo após seu nascimento (larva jovem), podendo ainda morrer na fase intermediária ou larva adulta, assim como na fase final (pré-pupa e pupa), pois a célula/alvéolo de cria é fechada logo após a postura da rainha.

 

Orientações aos apicultores e meliponicultores:

  • Realizar e manter atualizado o cadastro do apiário/meliponário no Idaf.
  • Inspecionar regularmente as colmeias.
  • Notificar imediatamente ao Idaf os casos suspeitos de ocorrência da doença para investigação e confirmação.
  • Remover dos quadros com cria doente.
  • Trocar rainha suscetível por outra mais resistente.
  • Tomar muito cuidado com a suplementação energética ou proteica para não ser uma fonte de introdução do agente no apiário/meliponário.
  • Adotar a desinfecção de materiais, ferramentas e utensílios, principalmente os de uso comum, como formão e fumigadores, como uma medida preventiva de disseminação de doenças e biosseguridade.
  • Movimentar somente colmeias sadias e com GTA para evitar a disseminação de doenças.
  • Independente da finalidade, para trânsito inter ou intraestadual, é obrigatória a emissão e o acompanhamento da Guia de Trânsito Animal (GTA).

A notificação e identificação precoce da doença no apiário/meliponário possibilita a adoção de medidas de controle que irão diminuir a disseminação da doença, podendo reduzir o impacto dentro do apiário/meliponário e em toda a cadeia produtiva.

 

Referências:

Colaboração:

  • Professor Eduardo Antonio Ferreira responsável pelo meliponário do IFES de Santa Teresa.
  • Drª Érica Weinstein Teixeira, LASA – Laboratório Especializado de Sanidade Apícola, pertencente ao Centro de Pesquisa de Sanidade Animal do Instituto Biológico.
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