09 de setembro de 2014O percentual de gado abatido sem fiscalização sanitária é bem menor do que se estima no mercado.
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) cruzaram dados de oferta e de demanda e concluíram que de 7,4% a 8,9% dos animais abatidos não passaram por fiscalizações federal, estadual ou municipal.
Esse percentual é inferior aos 25% aceitos pelo mercado. Algumas estimativas vão bem além desse percentual.
Os pesquisadores do Cepea acreditam que há uma redução nos abates não fiscalizados devido ao fortalecimento do aparato legal sanitário, à busca da qualidade da carne, a um salto tecnológico das indústrias e à internacionalização do setor brasileiro de carne.
Os pesquisadores não usaram a expressão “abate clandestino” porque ela pode gerar interpretações não cobertas pela pesquisa, como fiscalização tributária.
Do lado da oferta, a pesquisa mostrou que os abates não fiscalizados ficaram entre 7,4% e 8,9% do total abatido em 2012. Do lado da demanda por carne, a pesquisa indicou que 7,6% dos animais abatidos não passaram por fiscalizações sanitárias.
A pesquisa pelo lado da oferta coletou dados em 13 Estados e no Distrito Federal. A região Norte tem o maior percentual de abate não fiscalizado, somando 11,2%; a Sul tem o menor: 5,2%.
A região Sudeste tem os dois extremos. Entre os Estados pesquisados, Minas Gerais assume a liderança, com 15,2% dos abates não passando por fiscalizações.
Na outra ponta, o Cepea constatou que o Espírito Santo é o Estado que tem o menor percentual de abate não fiscalizado, ao somar apenas 4,1% do total abatido.
Mato Grosso, Estado que tem o maior rebanho do país, tem 5,6% de abates sem fiscalização sanitária, em relação ao total abatido.
Fonte: Folha de São Paulohttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/vaivem/2014/09/1509936-menos-de-10-dos-abates-de-gado-nao-sao-fiscalizados.shtml