04/11/2014 09h06 - Atualizado em 05/07/2016 18h56

Idaf orienta sobre tripanossomose no Espírito Santo

04 de novembro de 2014

Na próxima quinta-feira (06), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), realiza a terceira reunião com veterinários, técnicos e acadêmicos, com atuação no setor público e privado, para orientar sobre a tripanossomose, doença causada por um protozoário, que atinge bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos. O encontro, que acontecerá em Cachoeiro de Itapemirim, é uma ação conjunta com a Seag, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes) e a Universidade Vila Velha (UVV).

Embora a situação tenha alarmado os produtores do Espírito Santo, o Ministério da Agricultura já informou que o caso não configura situação de emergência sanitária, uma vez que não se trata de surto generalizado e a doença não está sendo causada por nenhum agente novo e exótico no país. Até o momento, o Idaf recebeu notificação oficial de apenas uma ocorrência em João Neiva, além de três casos sob investigação em Montanha, Aracruz e João Neiva.

Reuniões similares já foram realizadas em Vitória e Nova Venécia. Outra ação implementada foi o pedido da Seag ao Ministério da Agricultura para liberação da importação de medicamentos eficazes para combater o protozoário. Hoje, há apenas uma droga licenciada no Brasil contra a enfermidade.

O que o produtor deve fazer

Além de notificar o Idaf, ao notar a presença de um dos sintomas da doença (perda de peso, diminuição da produção leiteira e de carne, fraqueza, entre outros) nos animais, o produtor deve procurar os profissionais das cooperativas ou médico veterinário responsável pelo rebanho. É essencial que a coleta de material para exame seja realizada antes da aplicação de medicamento para que não haja interferência no diagnóstico.

O manejo adequado dos animais, que inclui a utilização de agulhas e seringas descartáveis, também é fundamental para evitar a disseminação da doença. Outra orientação importante é a realização de exames laboratoriais periódicos no rebanho para facilitar a identificação da doença antes mesmo da manifestação dos sintomas e evitar que o gado doente transmita a tripanossomose para os animais sadios.

Por isso, o Idaf reforça a necessidade e importância de que os produtores e os profissionais envolvidos notifiquem o Instituto imediatamente em caso de suspeita ou quando confirmada a doença em sua propriedade. Esse controle é importante para que o Idaf, juntamente com a Seag, realize o mapeamento da doença no Estado.

Identificação da doença

O diagnóstico é feito por meio de hemograma e pesquisa hematológica do parasito. As amostras devem ser mantidas resfriadas (sem contato direto com o gelo) e remetidas a laboratório em, no máximo, 36 horas. No Espírito Santo, há laboratórios que realizam o exame em Vila Velha e João Neiva.

Por ser uma doença tratável, não é realizado sacrifício do animal doente nem interdição da propriedade.

A doença

A tripanossomose é uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma vivax. Não é uma zoonose, ou seja, não atinge os humanos. Ela é fatal principalmente em quadros agudos, mas quando doente o gado perde peso e diminui a produtividade de leite. Os demais sintomas são febre, quadro progressivo de letargia (animais ficam deitados por muito tempo) e lacrimejamento, entre outros.

A tripanossomose é transmitida por insetos hematófagos, como a “mosca de estábulo” e os tabanídeos (mutucas) ou pela contaminação por meio de seringas. A doença tem tratamento com o uso de medicamentos, embora alguns ainda sejam proibidos no Brasil, pois não possuem estudos suficientes sobre o resíduo que pode ficar no leite e qual a sua ação no organismo dos humanos. O controlo biológico dos vetores (moscas) também se faz necessário para reduzir os surtos, por isso pulveriza-se o gado e também prepara-se armadilhas para moscas.


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